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A importância do Networking no Mundo Empresarial

Em 1929, Frigyes Karinthy, escritor húngaro, criava no seu livro “Tudo é diferente” a Teoria dos Seis Graus de Separação, o que viria a ser uma das ideias-chave mais significativas da comunicação. Em suma, Karinthy defendia que a evolução da tecnologia, dos meios de transporte e de tudo a que temos acesso acabaria por estreitar todas as nossas conexões e círculos sociais, independentemente da distância.

Anos mais tarde, surgia o conceito de networking, por definição o termo utilizado na referência à rede de contactos profissionais que uma pessoa tem e que constituem uma mais-valia no seu percurso profissional, seja a título individual ou como ativo de uma organização. 

Mas em que é que estes dois conceitos se assemelham?

Stanley Milgram, psicólogo americano, decidiu testar esta teoria enviando 300 pacotes a diversos moradores dos Estados Unidos da América com a ordem de fazer cada um chegar a uma pessoa específica em Boston. Desses 300, 100 chegaram ao destino pretendido, passando em média por seis etapas. Anos mais tarde, o mesmo teste, mas em contexto digital, foi repetido pela Universidade de Columbia que, em vez de pacotes, pretendia que determinados e-mails chegassem a determinados destinos, desde veterinários a estudantes da Sibéria. De maneira semelhante, encontrou-se uma média de seis pessoas até ao último da linha.

Deste modo, é possível perceber que entre nós e o local certo estão apenas seis pessoas de distância. Na teoria parece simples e extremamente funcional, porém é aqui que o networking ganha valor. Sim, entre nós e o local, empresa ou pessoa certa, existem apenas seis conexões pelas quais a nossa mensagem terá de passar, mas é importante que as mesmas etapas sejam significativas. É no networking que reside esta significação, a importância de nos ligarmos às pessoas certas, de fazermos os contactos certos, de mantermos e alimentarmos uma lista de valor real que nos permite chegar não só mais longe, como também mais rápido.

Suponhamos que trabalha no setor da Metalurgia. O que será mais significativo para si: um contacto numa empresa do setor automóvel ou no setor dos brinquedos infantis? Parece simples, certo? Contudo, pense: é preferível ter um bom contacto numa empresa de Gestão de Recursos Humanos ou numa empresa de Limpezas? É fundamental entender que todos os contatos são importantes, no entanto devemos primar pela qualidade face à quantidade. Todos têm algo a oferecer, maior ou menor, contudo é imperativo perceber em que modelos o nosso negócio assenta, as necessidades a médio e longo prazo e qual o percurso para atingir os nossos objetivos, de forma a escolher a oferta certa. 

Nesta linha de pensamento, encontramos as redes sociais que se tornaram uma mais valia tão significativa que acabaram por complicar a simplicidade do processo. Se por um lado conseguiram diminuir os Seis Graus de Conexão para uma média de 3,57 a 4,57 graus, por outro vieram tornar impessoal e pouco memorável essa mesma conexão. Por isso é crucial marcar a nossa presença. Neste sentido, deixamos algumas dicas que podem fazer a diferença no momento de se destacar:

1.    Esteja presente

Aposte em eventos que considere adequados à área onde quer angariar contactos, opte sempre pelo pessoal face ao digital. Fuja à zona de conforto, aos grupos que já conhece e aposte em palestras, inaugurações, conferências, cursos e outros eventos propícios ao networking, para marcar a sua presença.

2.    Apresente-se

Depois de encontrar o evento certo, encontre as pessoas certas. Filtre o público para os contactos que quer efetivar e avance, apresente-se e contextualize a sua área de trabalho. Espere reciprocidade e inicie uma conversa (dica: se por norma não é um bom iniciante de conversas, opte pela temática do evento ou leve alguns tópicos de backup).

3.    Mostre Interesse

Após iniciar a conversa, mostre interesse no seu interlocutor, oiça o que ele lhe diz e acima de tudo absorva a informação que lhe é dada. É no ouvir, no entender a qualidade de cada pessoa e no interesse pela sua experiência que se cria o impacto da conexão.

4.    Mantenha contacto após o contacto

A parte mais complicada já superou. Após o primeiro contacto torna-se mais simples, marque a sua presença nas redes sociais: facebook, linkedin ou qualquer outra que seja significativa no processo. Adicione o seu contacto, se possível envie uma mensagem com referência ao evento ou momento de contacto. Caso não se aplique e seja um contacto apenas feito online justifique a sua conexão. Recorra a datas celebrativas como o aniversário, celebração de uma nova etapa, promoção ou novo emprego para mostrar que está atento e que de facto dedica alguma atenção àquela pessoa e/ou empresa.

5.    Crie visibilidade

Apresente conteúdo para o seu público, tenha noção que se recorre às redes sociais como ferramenta de trabalho, seja para networking, publicidade ou apenas comunicação. Os seus conteúdos deverão estar de acordo com o mesmo, sendo significativos, enquadrados na temática e adaptados aos seus seguidores, de modo a atraí-los e criar uma simbiose profissional em que ambos acrescentam algo à conexão.

 

O networking é um processo adaptativo e espontâneo, no sentido em que deverá ser encarado como algo natural. As oportunidades muitas vezes surgem sem que possamos ter um guião mental planeado, contudo não deverão ser desperdiçadas pois são um alicerce fulcral no nosso desenvolvimento, seja como organização seja como indivíduo. 
 

 

Artigo da autoria de Maria Ribeiro, Técnica de Marketing da Synergie Portugal.


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